Adriana Kersting acredita que seu papel enquanto profissional de RH é entender os motivadores dos colaboradores e hoje em dia a tecnologia é uma grande aliada nessa missão.
A SAP Labs Latin America foi considerada em 2022 a melhor empresa para se trabalhar no Brasil dentre todos os segmentos, a melhor empresa do ramo de tecnologia e a melhor empresa para se trabalhar no Rio Grande do Sul. “Quando as pessoas precisam se adequar ao que é esperado dos colaboradores, é possível que essa falta de segurança psicológica cause um desgaste mental muito grande. E muitas vezes eu já ouvi: ‘eu posso ser eu mesmo aqui dentro da SAP’. ”, assim Adriana Kersting avalia a empresa em que atua como diretora de RH há mais de 16 anos.
A psicóloga atua há mais de 30 anos com Recursos Humanos e explica que se identificou com a área por ser uma pessoa muito dinâmica. Afinal, a atuação com pessoas demanda muita agilidade e as tendências de recursos humanos mudam muito rápido.
“Quando falamos de 30 anos atrás, falamos de um momento em que o consultor de RH não tinha nem um computador. Ainda assim, o que a gente sabe que é importante como base para gestão de pessoas já estava lá, que é a gente conseguir selecionar os talentos que mais tem a ver com a cultura da empresa, além de motivar e reter essas pessoas. Fazendo com que os profissionais possam se desenvolver a empresa possa atingir seus objetivos.”, conta Adriana.
Quais foram os momentos decisivos que moldaram sua visão sobre a importância da tecnologia na gestão de pessoas?
A SAP é líder mundial em software de gestão para empresas e um dos nossos grandes produtos é o Success Factors, que é um produto de RH e faz com que a gente tenha condições de integrar todos os dados relacionados a RH em uma única ferramenta. Essa ferramenta compreende toda a jornada do colaborador da empresa, do recrutamento ao desligamento.
Quando a gente vê a unificação e integração dos programas utilizados no dia a dia, a grande vantagem é que você consegue ter esses dados atualizados a qualquer momento, porque eles são os dados em real time. Para tomar decisões mais assertivas e corretas, preciso estar amparada em dados.
Se eu ver que estou tendo um aumento de turnover, eu primeiro preciso entender em quais áreas isso está acontecendo e se existem peculiaridades nessa população. A partir dessa análise, consigo ter uma leitura sobre como atuar de forma mais ágil, diminuindo a necessidade de pesquisas internas longas e complexas.
É inegável que a tecnologia impactou no seu papel como líder, mas quais foram as mudanças mais significativas que você experimentou?
Quando você percebe que cada segmento em que você atua, falando como profissional de RH, tem peculiaridades tão próprias, você percebe que é muito importante que a pessoa que trabalha com gestão de pessoas entenda quem é o seu cliente. Preciso entender onde eu estou e o que interessa e faz feliz aquele público. Ou seja, o que eu ofereço para um profissional da área de tecnologia, um desenvolvedor de software, não é o mesmo que eu ofereço para uma pessoa que trabalha com logística em uma indústria metalmecânica.
Na SAP, a inteligência artificial, as tecnologias e a automação são usadas na identificação e desenvolvimento dos talentos internos?
Todos os dias! O Success MapFactors, ferramenta que usamos na SAP, é super “friendly” e de uso intuitivo, porque é como se eu estivesse usando o Facebook e o Instagram. Isso faz toda a diferença porque, para desenvolver talentos, é muito importante conseguir visualizar a trajetória das pessoas. Esse tipo de digitalização te permite isso, porque você consegue, de uma forma fácil e rápida, enxergar um grande número de informações em uma cronologia.
São dados que permitem o planejamento assertivo e não seria possível realizar esses mapeamentos e cruzamento de informações de forma manual, pois levaria muito tempo. Utilizar a tecnologia dentro desse processo gera muito valor para a tomada de decisão e para os projetos que podem ser feitos no sentido de formar e desenvolver os talentos da empresa.
Como você encoraja a inovação e a experimentação em sua equipe?
O primeiro ponto é que, se eu quero que as pessoas sejam criativas e pensem em soluções, eu preciso criar um ambiente para isso. Eu não posso querer isso e ser inflexível com horários ou criar um modelo de trabalho extremamente rígido. Por isso, é preciso entender que as pessoas são diferentes umas das outras e têm estilos de trabalho diferentes.
Além do papel social de fomentar a diversidade, há também a importância disso para o desenvolvimento de novas ideias. Isso gera riqueza para as equipes e, consequentemente, para a empresa. E, para que eu possa tirar o maior proveito dessa diversidade, eu preciso respeitar essas diferentes identidades. Como eu faço isso? Criando um ambiente aberto e com flexibilidade.
Também temos programas dentro da SAP chamados de networks. Os temas são variados, dentre pautas sociais, voltadas para a inclusão, e pautas de tecnologia e inovação. Isso leva as pessoas a se filiarem e buscarem uma conexão com esses projetos pelo propósito com o qual elas se identificam. Então além do trabalho, puramente técnico, elas também têm a oportunidade de fazer parte de um grupo que tem a ver com os seus valores e interesses.
Quais são seus hobbies ou interesses fora do ambiente de trabalho que você acredita contribuir para sua performance profissional?
Eu sou casada há quase 30 anos e o meu marido é um suporte muito importante na minha vida, sempre me apoiou muito. Tenho dois filhos e criar eles sempre em paralelo a um volume de trabalho muito grande é um desafio. Meu filho mais velho tem 28 anos e é engenheiro de computação. A Sofia tem 17 anos e está terminando o ensino médio agora e quer ser psicóloga também, como eu. No final de semana é sagrado para nós fazermos alguma coisa juntos. Gostamos muito de enogastronomia e costumamos ir para a serra.
Qual é o seu legado rock?
Eu sempre estou disponível e buscando entender o que eu posso fazer para agregar valor na vida das pessoas, não só do ponto de vista profissional. Com relação ao desenvolvimento de pessoas, tento sempre fazer com que elas pensem de forma autônoma sobre os caminhos que querem seguir na carreira. Para mim, o conceito do RH é entender como nós podemos fazer as pessoas trabalharem sendo felizes.
Meu legado rock é sempre apoiar as pessoas, que estão sempre em primeiro lugar. E o meu grande objetivo na área de Recursos Humanos é fazer com que as empresas pelas quais eu passo possam ter pessoas mais felizes. Acho que isso tem evoluído muito, principalmente quando falamos em transformação digital e tecnológica dentro do RH, porque estamos em um caminho de entender melhor o que as pessoas precisam para oferecer isso a elas.