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    Dani Junco: A potência das mulheres em comunidade

    Dani Junco, CEO e fundadora da B2Mamy, é movida a propósitos e ideais e tem o sonho de tornar o seu negócio a maior comunidade de mães no mundo.

    Filha da dona Rosalina – uma nordestina que não acredita no impossível – e mãe do Lucas, Dani foi forjada em uma casa matriarcal. Farmacêutica por formação e atleta desde muito nova, entende que o esporte permeou muitos pontos de sua vida e carreira, inclusive na sua forma de liderar na B2Mamy: sempre em processo de desconstrução e aprendizado.

    Dani também se considera uma apaixonada por gente, principalmente pelas mulheres, e encontra inspiração nas pessoas reais que convive dentro e fora do trabalho. À frente da Social Tech que acelera negócios e conecta mães e mulheres em comunidade, ela dá o recado: “Nunca subestime a força de uma mulher que deseja ser exemplo para o seu filho”. 

    Como a B2Mamy surgiu e com qual propósito? 

    Em 2015 eu tinha uma empresa de marketing farmacêutico com minhas sócias quando engravidei e passei a repensar várias coisas. Tive um grande chamado, que foi ver meu filho perguntar: “Mãe, por que você trabalha?”. Nunca ninguém tinha me perguntado por que eu trabalhava e eu não sabia responder o que era tão relevante e importante que me faria deixar ele para ir trabalhar. Publiquei numa rede social a minha dor de pensar em como equilibrar a vida materna com a profissional e chamei mulheres para um café. Eu esperava quatro pessoas, vieram oitenta, e eu me dei conta de que era uma dor de muita gente. Comecei a estudar o movimento de carreira depois da maternidade e percebi que tem números muito ruins. As mulheres enfrentam diversas dificuldades para voltar para o mercado de trabalho depois que se tornam mães. Então a B2Mamy surgiu no contexto de juntar mulheres em comunidade para entender esse cenário, apoiar com decisões de carreira e promover geração de renda. 

    O empreendedorismo é a principal solução para as mulheres conectadas à B2Mamy?

    Acho que é importante dizer que a transição de carreira acontece para todas as mulheres, mas nem todas elas vão empreender. A gente entende que empreender é uma das grandes saídas para a geração de renda, mas muitas fazem isso só por necessidade, por não conseguirem se recolocar no mercado. Por isso criamos trilhas de escolha. Então se as mulheres querem voltar para o mercado, a gente consegue ajudar. Se elas querem empreender, oferecemos capacitação. Ou seja, entendemos o momento de vida, o dinheiro que elas têm disponível e como darão os próximos passos sem ditar qual é o melhor modelo para elas trabalharem. Assim criamos soluções tanto digitais quanto físicas para facilitar cada jornada.

    O que você percebe como desafio comum entre as mães que já passaram pela B2Mamy?  

    A primeira dificuldade que elas trazem é justamente não ter com quem conversar. Por isso, quando elas chegam na B2Mamy, elas encontram um lugar seguro para falar sobre o que está doendo e se reconhecem umas nas outras muito rápido. São mais de cem mil mulheres que já estiveram com a gente nesses sete anos, com históricos e maternidades plurais, mas com vivências e desafios parecidos. Isso cria um espaço de crescimento e desenvolvimento. E o segundo ponto é a falta de dinheiro. Como gerar renda com as crianças tão presentes e com pais tão ausentes? A paternidade ou não existe, ou é pouco ativa, trazendo muita sobrecarga para essas mães. 

    Quais são os principais programas e iniciativas da B2Mamy para impulsionar as mulheres?

    São três. O primeiro é a aceleração de negócios, um programa gratuito para as mulheres e subsidiado pelas empresas que querem ter contato com inovação. O foco é impulsionar startups vinculadas à tecnologia e lideradas por mulheres. O segundo é sob o pilar de empregabilidade e geração de renda, que é o programa “Ser Mãe Dá Trabalho”. Com ele, oferecemos capacitação para que as mulheres se reorganizem e desenvolvam soft e hard skills. Além disso, temos uma plataforma com vagas de emprego, divulgadas por HR Techs, para que elas encontrem recolocação. E o terceiro pilar é o de comunidade. Por meio da assinatura da plataforma, as mulheres se conectam umas com as outras e têm acesso a diversos conteúdos e oportunidades como grupo fechado em redes sociais, feiras, eventos… Assim elas conseguem resolver seus desafios juntas. 

    O que você aprende com o seu filho e que leva para o seu negócio? E o que você aprende com seu negócio e que leva para a relação com ele?

    Aprendo muito com o Lucas o tempo inteiro. Ele é questionador, criativo e me faz refletir sobre o que é a felicidade, quem eu sou e meu propósito com o trabalho. Também aprendo com ele a como respeitar o tempo dos outros e estar sempre aberta às mudanças. O Lucas me conecta com a minha humanidade e me faz pensar no coletivo. E o mais importante que a B2Mamy trouxe de aprendizado para o Lucas é respeitar as mulheres e suas escolhas profissionais e abominar a violência e o machismo.

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