Roberta Alvarez: A liderança começa com a autogestão.

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Roberta
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Resolvedora de problemas, diligente, enérgica, apaixonada, direta, prática e perseverante. Essa é Roberta Alvarez, uma liderança extrovertida e comunicativa, que valoriza os relacionamentos interpessoais e a adaptabilidade técnica e comportamental.

Se as palavras de Simon Sinek encontram eco na realidade, líderes transcendem a mera busca por resultados; eles nutrem um vínculo com pessoas, e são essas conexões que florescem em conquistas tangíveis. Nesse contexto intrigante, a presidente do Comitê Estratégico de Recursos Humanos da Amcham RS, Roberta Alvarez, desvenda sua essência como uma profissional antifrágil, conceito lapidado pelo renomado escritor Nassim Taleb em seu livro “Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos” (2020).

A trajetória de Roberta foi atravessada por experiências diversas: vendedora de loja, supervisora de aeroporto e secretária executiva, culminando na gestão de equipes. Ela extraiu sabedoria da instabilidade desde os primeiros passos, transformando desafios em oportunidades. “Acredito fervorosamente na necessidade de concentrar-se no presente, sem se deixar distrair, comprometendo-se com as tarefas do momento. Muitos se perdem na armadilha da comparação com colegas ou na fantasia ansiosa de um futuro ideal. Eu, abraço a crença de que esse futuro ideal se revela naturalmente quando nos dedicamos de forma excepcional ao presente”, declara Roberta com convicção.

Quais foram os maiores desafios vivenciados e superados nas suas experiências dirigindo a área de RH?

Ao longo da minha carreira precisei lidar com culturas distintas e pessoas completamente diferentes, então na minha opinião, a inteligência emocional, o poder da influência e adaptabilidade são extremamentes relevantes. Aprendi que bons líderes precisam dominar a arte de negociar, ser assertivo com a forma na comunicação, explorar as disfunções dos times e orientar o melhor caminho por meio de dados e análises.

De forma prática, penso que devemos desenvolver o modelo mental de valorizar os rituais e a rotina. Não somente falar dos indicadores de performance, mas principalmente realizar de forma consistente as conversas francas, sessões de feedbacks e garantir o alinhamento de metas e comportamentos, elaborando planos de desenvolvimento individuais dentro das equipes.

Como foi liderar o time de Gente & Gestão de uma empresa Agro? 

Liderar o time de G&G em uma gigante do agro foi a melhor parte da jornada. Quando me convidaram para assumir a liderança da área de Gente & Gestão, eu já estava completamente envolvida na operação. A cada ida à fábrica e ao campo, eu me encantava e me impressionava cada vez mais com esse segmento tão pujante e relevante para o mundo.

E sim, há diferença cultural e estrutural do que eu havia vivenciado anteriormente em multinacional, já que o agronegócio ainda é um espaço predominantemente masculino. 

O agro é um segmento que incorpora cada vez mais tecnologia e essa evolução tecnológica do campo exige maior necessidade de contratação de mão de obra qualificada. Isto acontece pois para manusear e controlar as tecnologias, é necessário formação profissional. A tecnologia no agronegócio está em constante evolução e a área de gestão de pessoas deve acompanhar. Os stakeholders estão mais tecnológicos. O mundo está mais tecnológico.

Para você, o que torna um profissional/time de RH estratégico de fato?

Um RH estratégico de fato é um RH ambidestro, um olhar e atuação no presente e também no futuro. Uma área de RH com estratégias e ações eficientes gera muito impacto nos resultados do negócio. Para ser considerado estratégico acredito ser essencial que essa área conheça profundamente os stakeholders, que lidere a formulação de políticas internas alinhadas com a cultura e que traduza essas políticas em programas e processos, reforçando os valores organizacionais.

O RH tem que entender como a empresa em que trabalha gera lucro e como o seu trabalho é importante para a geração desses resultados. Penso ainda que nós como líderes e profissionais de RH devemos parar de realizar atividades operacionais que podem contribuir muito pouco para os resultados, exemplo:  falhas no processo de recrutamento e contratação de profissionais que não contribuem para o sucesso do negócio hoje e no futuro ou treinamentos que geram pouco ou nenhum valor para a empresa.

Como você concilia maternidade, carreira e voluntariado? 

Autoconhecimento é a chave. Eu costumo dizer que devemos saber o que nos faz bem e não abrir mão disso. O equilíbrio entre maternidade, carreira e vida pessoal, na minha opinião, está totalmente conectado ao olhar que entrego ao meu redor. Não existe uma fórmula. Cada pessoa precisa se conhecer e entender o equilíbrio entre o que quer conquistar e o que não quer abrir mão mesmo. Entender o que devemos parar de fazer e priorizar.

Tratando-se de compartilhar hábitos que me auxiliam no dia dia: Fazer o que gosto para gerar a própria energia; no meu caso, a paixão por pessoas e fazer atividade física; negociar prazos, ter disciplina com agenda, alinhar expectativa e dizer ‘não’ para poder ter tempo de qualidade e foco no presente; me cercar de pessoas positivas, que torcem de forma genuína por mim, e pedir ajuda, escutando e aprendendo com mentores, colegas e profissionais que de fato sejam referências para mim.

Qual é o seu legado rock?

Paixão a gente pode descobrir se conhecendo e acho mesmo que o autoconhecimento é o melhor currículo. Quando entendemos quais são as nossas paixões e habilidades, a perseverança se torna mais fácil.

Acredito que meu legado é ter transferido para meus times um pouco sobre garra: o combo da paixão e perseverança por objetivos de longo prazo. A perseverança de não desistir, encarar o desconfortável e enxergar que o caminho mais desconfortável tende a nos ensinar muito mais.

No momento que decidirmos encarar os desafios e crescer com eles, aceitar as oportunidades sem estar completamente pronto, pode-se dizer que será o nosso momento “rock”.

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