Para Nicolas Ito Trindade, CEO da Caltim Fertilizantes, a cultura é o segredo do sucesso e crescimento da empresa.
Engenheiro Civil, empresário, líder, esposo e pai orgulhoso. Nicolas teve sua formação marcada por tradições culturais complementares que influenciaram a forma como ele conduz os desafios da vida pessoal e profissional. No final da faculdade, estagiou na França, experiência determinante para que retornasse ao país e assumisse os negócios da família com o propósito de inovar e crescer. Desde então, passou por diversos cargos de gestão até chegar à posição de CEO da Caltim, referência em fertilizantes para o agronegócio.
O que fez de você a pessoa e profissional que é hoje?
Como sou mestiço de japonês com português/baiano, tive o privilégio de ter acesso a dois universos muito distintos, o oriental e o ocidental, e aprender muito com cada um deles diariamente dentro de casa. Além disso, pude estudar em escolas particulares excelentes de cultura ocidental e também no Junshin, uma escola de ensino da língua japonesa que me conectou com toda a tradição nipônica. Isso me permitiu juntar o que considero o “melhor dos dois mundos” sempre que possível, aliando tradição com criatividade, conservadorismo com leveza, disciplina com descontração.
Liderar é uma vocação ou foi uma construção na sua carreira? Qual foi o maior desafio ao assumir a posição de CEO?
Desde pequeno, acabei assumindo esse papel de líder instintivamente, seja nos esportes, seja no lazer mesmo, porque queria brincar e me divertir como toda criança. Mas hoje fica claro que isso me ajudou muito a criar a base para assumir a posição de CEO da Caltim.
E acredito que o maior desafio do cargo atual — como foi em todos os anteriores — é deixar algo que você está exercendo há algum tempo, logo já o faz melhor do que quem está iniciando, para ser novamente um novato. A vantagem é que adoro um desafio.
Como sua experiência fora do Brasil preparou você para assumir a empresa da família?
Eu sempre me considerei uma pessoa diferente — nem melhor, nem pior que ninguém, afinal sou um japonês de cabelo enrolado. Então, quando estava no intercâmbio na França, não quis seguir os caminhos “tradicionais” da maioria dos meus amigos de buscar empresas convergentes com a faculdade cursada. Optei por trabalhar em uma empresa de consultoria menor ao invés de uma multinacional cujos pré-requisitos eram exatamente as matérias que eu já havia feito na graduação. Tive a sensação de que se eu entrasse em uma multinacional, faria “apenas” o que já havia aprendido e eu queria abrir meus horizontes. E valeu muito a pena, pois me mostrou o dinamismo e a velocidade de adaptação que as empresas precisam para sobreviver, sobretudo num mundo como o atual.
Onde você busca inspiração para inovar nas soluções que entrega para o mercado agro?
Eu sempre procuro sair da “bolha do agro” para conseguir inovar nele. As inspirações vêm de diversas formas, desde podcasts, seriados, livros, cursos, palestras, networking e até imersões não ortodoxas. Citando alguns exemplos de pessoas que eu admiro e que me inspiram de alguma forma, as principais são: Tony Robbins, Jim Rohn, Flávio Augusto da Silva, Renata Vichi, Joel Jota, Thiago Nigro e Steve Jobs.
O que mudou na Caltim desde a criação do setor de Talentos Humanos?
Esse é um setor-chave que ajudou a mudar a companhia da água pro vinho. A idealização do Talentos Humanos veio da pessoa que mais admiro na vida, a Clara Tiemi Hayashi — vulgo minha esposa. Ela é a Diretora Administrativa da empresa e uma das profissionais mais competentes que já trabalhei. Através desse setor, pudemos chancelar uma cultura nova — baseada na junção dos valores e princípios orientais e ocidentais — que vem se fortalecendo ano a ano. É nítido o nível de mudança e engajamento que esse setor trouxe para os profissionais da Caltim.
Qual é o segredo do sucesso e crescimento da Caltim?
Sem sombra de dúvidas é a cultura, que nos representa e nos dá orgulho, que nos inspira e nos move, que engaja o time e dá o senso de pertencimento, que nos faz mais resilientes e mostra que juntos somos mais fortes, que mostra que sempre podemos crescer e nos desenvolver mais, e comprova que as atitudes arrastam. O crescimento é sempre consequência.
Qual aprendizado você teve na sua trajetória e que faz questão de passar adiante?
Todos somos humanos e sempre cometeremos erros. Só não os repita, mas sempre reflita sobre eles e aprenda. Porque provavelmente seus maiores aprendizados estarão neles. Aprenda também a se perdoar e a errar rápido, e de preferência a errar pequeno, e siga em frente.