Juliano Pereira, CHRO da Vibra, é especialista quando o assunto é integrar e liderar estratégias de negócios e pessoas.
Desde jovem, Juliano foi em busca dos seus objetivos. Teve seu primeiro emprego aos 15 anos e, a partir de cada experiência, trilhou sua carreira com muita maturidade. Seu foco, determinação e resiliência também foram essenciais para moldar a pessoa e profissional que é hoje. Para o CHRO da Vibra, manter rituais que promovam o equilíbrio nas diferentes esferas da vida é fundamental.
“Gosto de ter a minha rotina de treinos, cuidar da minha saúde física e mental, além de ter espaço na agenda para a minha família. Não abro mão de levar meu filho todos os dias para a escola, por exemplo. Tento ao máximo me desligar do mundo virtual e ter o descanso necessário, o que inclui nada de eletrônicos no quarto. São ações que me ajudam a performar no meu dia a dia profissional, sem esquecer do bem-estar e do autocuidado.”, conta Pereira.
Você foi escolhido como um dos RHs mais admirados do país em 2023. O que essa premiação representa para você e sua carreira?
Ter sido reconhecido pelo público e estar junto a um grupo tão seleto de colegas como referência na área de RH é motivo de muito orgulho, além de um reconhecimento pela minha jornada até aqui. Mas o mais importante é o sentimento de que a minha forma de ver e fazer a gestão do capital humano realmente contribui para elevarmos a importância da área de RH no processo estratégico e decisório das organizações.
E o que significa, na prática, ser um RH estratégico para os negócios?
Acredito que o grande segredo para se tornar realmente estratégico é ter profundidade dentro do negócio, é entender realmente o que estamos fazendo como empresa. Eu falo que nós, RHs devemos descer do nosso pedestal e realmente colocar a mão na massa, ir a campo interagindo, entendendo as dinâmicas que ocorrem no dia a dia para que isso nos habilite a desenvolver estratégias que realmente gerem valor ao negócio através das pessoas. Assim como a Vibra, nenhuma empresa é criada simplesmente com foco no cunho social. Obviamente toda e qualquer empresa tem a responsabilidade com as comunidades no entorno de suas operações e principalmente com o seu principal ativo que são as pessoas, mas no final do estamos aqui para gerar valor aos acionistas, por isso precisamos ter essa profundidade de entendimento de negócio para que consigamos conectar estratégia e pessoas, atendendo as necessidades de ambos.
A partir da sua vasta experiência à frente dos RHs de empresas agro, você percebeu alguma característica comum na cultura do setor?
Por mais que sejam empresas atuando em segmentos diferentes, dois pontos se destacam de forma muito clara para mim: o primeiro é valorização da tradição e conhecimento. Muitas dessas empresas têm uma cultura em comum que valoriza a tradição e o conhecimento prático, muitas vezes passados de geração em geração. Outro ponto posso dizer que está relacionado à resiliência e adaptabilidade. O agro possui uma série de desafios externos como mudanças climáticas, flutuações nos preços das commodities, etc. Muitas das corporações agro valorizam a resiliência e a adaptabilidade em sua cultura, e isso impacta diretamente na forma como um CHRO vai desenvolver a estratégia de pessoas. Ter flexibilidade e uma capacidade de articulação entre áreas se torna fundamental para conseguir adaptar práticas modernas de gestão, sem esquecer da essência em que essas empresas foram criadas.
Como a tecnologia está inserida não só nos produtos da Vibra, mas também no cotidiano da gestão de pessoas?
A Vibra desde o início se destacou por ter uma habilidade em traduzir de forma muito precisa a demanda de um cliente final. Em um mundo tão corrido e conectado, ter praticidade e agilidade no dia a dia é fundamental, e a Vibra usa muita tecnologia para isso. Além de parcerias, possuímos um Centro de Inovação que trabalha sempre conectado com os trends e na busca contínua para ofertar algo que de alguma forma antecipe o desejo do cliente.
Já do ponto de vista de Gestão de Pessoas, temos uma estrutura tecnológica de ponta, onde conseguimos desenvolver um projeto que foi um “game changer” chamado de HR 4.0, conectando todas as pontas da nossa cadeia de valor, dando visibilidade e profundidade ao gestor no seu processo de gestão. Porém, o grande desafio está em como a tecnologia vai nos ajudar a extrair o melhor do nosso principal ativo. Hoje, vejo a área de People Analytics como o grande centro de desenvolvimento da gestão de pessoas. Geramos uma montanha de dados, mas o que fazemos com isso? Como podemos agregar valor ao negócio através desses dados? Acredito que temos muito a evoluir nesse sentido, principalmente agora com a entrada da IA nesse processo.
Qual é o seu legado rock?
Minha experiência e liderança em diversos setores me proporcionou uma compreensão profunda dos desafios e oportunidades em ambientes extremamente dinâmicos. Então o meu legado ou impacto positivo é com certeza o fato de conseguir transformar todos esses desafios em grandes oportunidades de crescimento, tanto para mim quanto para as pessoas no meu entorno.