Roberto Fava Scare: Formando novos agrolíderes.

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Sócio Fundador da Markestrat Agribusiness e da Harven Agribusiness School, Roberto Fava Scare equilibra a aquisição de conhecimento com a aplicação prática nos negócios há 25 anos.

Nascido no interior em uma família de classe média, Roberto chegou a trabalhar com o pai no comércio, mas mudou-se para São Paulo para cursar faculdade. Orgulhoso de sua formação básica no ensino público, ele conta que encontrou nos estudos a oportunidade de alavancar sua carreira. Formado em Marketing, Direito e acumulando títulos de Mestrado e Dourado, afirma que o processo de aprendizado deve ser constante. Premissa que está presente tanto em sua vida pessoal quanto profissional. 

O agro está presente em diferentes experiências suas: investidor, professor e empresário. Como e por que você escolheu esse setor?

O agro aconteceu como causa e consequência, mas de forma natural. Quando fui para o mestrado, tive oportunidade de participar de um grupo de pesquisa de agronegócios, o PENSA. Na época, eu queria voltar para o interior, ter uma maior qualidade de vida e aliar meus aprendizados à prática. Além disso, considerei o fato de que o agro é o principal setor do Brasil e tem relevância global. Independentemente de onde eu fosse trabalhar, teria que saber o que acontece ao redor do mundo. Por isso investi em me aproximar desse grupo de pesquisa conduzido pelo professor Décio Zylbersztajn, que trouxe o agronegócio para o país no início da década de 90. O PENSA era um lugar onde as pessoas tinham espaço de reconhecimento e crescimento, e isso foi fundamental para me impulsionar na área. 

Como surgiu a ideia de criar a primeira escola de agronegócio do Brasil?

A Harven é fruto de felizes coincidências. Nasceu da junção de duas empresas extremamente tradicionais, a Markestrat Agribusiness e o Grupo SEB, há 2 anos atrás. Foi em um café da manhã no dia 01 de maio de 2022, que eu e os sócios tivemos a ideia de fazer um projeto em prol da educação e do agro. Nossas habilidades e conhecimentos começaram a se somar, unindo também a ideologia do mercado, da construção de valor e do trabalho árduo. Temos o propósito de impulsionar a educação em uma instituição extremamente moderna, na fronteira do conhecimento, conectada ao que está acontecendo a nível global para aplicar na prática.

Quais habilidades você considera mais importantes nos agrolíderes do futuro?

Além do conhecimento técnico que oferecemos aos nossos alunos, entendo que as soft skills ligadas à comunicação, relacionamento e liderança — moderadas pela tecnologia — são os grandes diferenciais. Hoje, as habilidades de um líder não têm mais o aspecto da autoridade, mas sim de um viés de influência, de exemplo. As relações serão multifacetadas, seguindo uma lógica de influenciador e seguidor permeada pela interação física e digital.

A sucessão faz parte de muitas famílias do agronegócio. Quais são os  maiores desafios que você percebe nesse processo?

Na Harven, os alunos têm um perfil de sucessão muito forte e passam por uma série de desafios comuns. Alguns na esfera mais tradicional, que são relacionados à formalização do processo de sucessão e do entendimento de que a empresa é uma terceira pessoa (pessoa jurídica). E outros que envolvem as características e competências necessárias para o desenvolvimento do sucessor. Por exemplo, que ele seja capaz de entender de negócio, tenha o conhecimento técnico para a posição e desenvolva soft skills que permitam se relacionar e reconhecer as pessoas que trabalham para a empresa e possuem mais experiência. Começar de baixo faz uma diferença enorme na forma como os líderes são vistos. Além disso, o respeito intergeracional é fundamental. A geração que passa o bastão precisa entender e confiar na geração que chega. E a geração que chega precisa entender que o conhecimento da antecessora é válido e tão importante quanto o seu. 

Como você projeta os próximos passos da Harven?

Temos sonhos muito grandes que vão acontecer em etapas. O primeiro, já em curso, é a consolidação da graduação, mestrado e cursos in company, assim estaremos cada vez mais próximos das empresas, das fazendas e universidades externas. O agro brasileiro é o mais moderno do mundo e, no futuro, estaremos exportando conhecimento e nos tornando referência global. Outro é a construção da Cidade do Agronegócio, um empreendimento imobiliário em Ribeirão Preto. Nela, teremos um agroshopping, um hub de inovação, moradia para os estudantes, centro de convenções… Um ecossistema que terá a Harven como coração pulsante.

Qual é o seu legado rock? 

Meu legado é ancorado nos valores associados ao esforço e na ideia de que as coisas não acontecem por acaso. Acredito que ninguém cresce sem conhecimento, aprendizado constante e resiliência. Todo empreendedor  atravessa caminhos tortuosos e cheios de barreiras, mas aprende que não pode desistir. Então, espero deixar uma mensagem de crescimento e de desconforto: se você estiver muito confortável na escada da vida, é porque muito provavelmente está parado ou descendo. É o que tento deixar de exemplo para meu filho, meus alunos e pessoas da minha vida.

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