Renata Rivetti, Chief Happiness Officer e fundadora da Reconnect | Happiness at Work, desmistifica o conceito de felicidade corporativa e compartilha dicas simples para ser mais feliz.
De gerente de Marketing à especialista em felicidade corporativa, Renata encontrou nos dilemas da sua trajetória a inspiração para mudar de carreira e impactar positivamente o mercado a partir do seu trabalho.
A ideia de que a profissão era apenas um meio de pagar as contas não fazia sentido e não a conectava com seus reais propósitos. Mas foi só a partir do autoconhecimento e do estudo da psicologia positiva que Renata percebeu os caminhos possíveis para a sua jornada profissional e de tantas outras pessoas e empresas.
Hoje, ela está à frente da Reconnect | Happiness at Work, empresa especializada em felicidade corporativa e liderança positiva, e se sente realizada por encontrar significado em seu trabalho e também na vida pessoal.
O que te motivou a fundar a Reconnect | Happiness at Work?
A vontade de transformar o mundo, sabendo que eu me sentia muito privilegiada e deveria de alguma forma retribuir tantas oportunidades que tive. E pensando que as empresas têm grande poder e influência na vida de seus colaboradores. Que se, de fato, atuássemos para construir culturas mais saudáveis, relações mais empáticas e humanas, ambiente com segurança psicológica, poderíamos construir um mundo mais justo, humano, ético, sendo apoio e segurança para os times e não mais um ofensor em sua saúde mental.
O que é a felicidade corporativa e a liderança positiva na prática?
Felicidade corporativa tem a ver com a forma que as pessoas se sentem em relação ao seu trabalho: se traz realização, significado e desafios. E também sobre relacionamentos: se há reconhecimento e valorização, comunicação transparente, colaboração, relações mais empáticas e segurança psicológica. Não tem a ver com empresas coloridas e brindes, como muitas organizações acreditam ainda.
Quais são os maiores desafios que você percebe nas empresas que buscam a Reconnect | Happiness at Work?
Conscientizar a liderança. Muito mais do que passar ferramentas, é preciso que os líderes entendam que esse não é um tema somente do RH e sim de todos. E o grande desafio é conscientizar com teoria, desmistificar o tema e levar ferramentas práticas que sejam praticadas no dia a dia e façam parte da cultura da empresa.
E qual é o papel das lideranças na promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis?
Os líderes têm grande influência na saúde mental dos colaboradores. Suas ações podem adoecer o time e desengajá-los. Por isso, é preciso que eles entendam a importância da mudança de hábitos e atitudes e que levem o tema a sério. Não é um projeto de um mês. É uma mudança sistêmica que deve ocorrer.
Quais são os principais mitos que permeiam a ideia de felicidade?
Há ainda a ideia de que estamos falando de programas de bem-estar ou de aumentar os benefícios. Os programas e benefícios são ótimos e necessários, mas tratam sintomas e não a causa raiz. A felicidade corporativa trata o grande problema das empresas: o ambiente tóxico.
Quais são as competências necessárias nas lideranças positivas?
O líder positivo ajuda o time a encontrar suas forças, a redesenhar suas atividades conforme os dons e talentos individuais, é empático, humano e constrói, com suas atitudes, um ambiente com segurança psicológica, para que as pessoas não tenham medo de se expressar. Ele incentiva a colaboração, comunicação transparente, flexibilidade e autonomia. Esse líder confia no time e não precisa de comando e controle e nem microgestão.
Quais dicas você daria para quem quer buscar ativamente uma vida mais feliz?
A verdade é que felicidade é simples e depende de autoconhecimento, autorresponsabilidade e disciplina. Tem a ver com o dia a dia, com sermos verdadeiros nós mesmos e nos conhecermos. Tem a ver com sonhos, atos de bondade constantes, mais positividade, cuidado com o nosso emocional, espiritual, intelectual, físico e das nossas relações. O mundo não será perfeito nunca. É um mundo ansioso, frágil, inseguro. A vida trará desafios. As relações não são fáceis. E nós, como seres humanos, temos desafios emocionais. Temos um viés negativo, uma mente divagante, temos medos e ansiedades. Mas podemos buscar autoconhecimento para olharmos tudo isso e escolhermos a felicidade. Viver o aqui agora, com conexões profundas, emoções positivas e claro, uma jornada com significado.